segunda-feira, 22 de março de 2021

ASAS de PAPEL - mensagem do José Barata, velho amigo

 

20 de março às 16:08

 

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Cajadães. Na caixa do correio uma carta. Uma quase já esquecida forma de dizer que se existe. Carta do António Ferra. Lá dentro um livrinho. Terno recado de papel. Poemas. Criações que expressam mais do que simples entretem; uma grande seriedade dentro da auto-paródia. O António 'caracterizou-me' no TEUC; acompanhava um grande amigo com quem estudava a 'detestável' Fonética do Drº Lacerda, ignorantes que éramos da importância do que aquele homem sabia. Era o José Manuel Mota, homem inteligente, culto, "escravo cardíaco" de um coração sempre pronto a parar. O José Manuel foi universitário sem nunca o ser. E desapareceu sem dizer quando. O António saiu de Coimbra. Nunca mais o vi. Graças a esta 'coisa' reencontramo-nos. Rio-me com os 'videozinhos' que faz. Chamei a um deles 'bazuca poética'. Agora chega-me numas 'asas de papel', como o avião feito em folha dobrada que a gente sopra no bico, talvez e apenas para lhe transmitir um pouco de nós. António, isto é um abraço. Não retribuirei com um livro. Muito menos com o que estou a acabar e que ninguém publicará... Não rende; pouco interessa o resultado de investigações... Eu e a Manuela agradecemos. Mas, mais do que isso, eu recordo na pequenez física do livro, a caixa de afectos nunca perdidos e que agora se reencontraram ao fim de tantos anos de voo...